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domingo, 26 de junho de 2011

Sou?! Ou não sou?


Sou?...
Ou não sou?!

Hoje sou o resto do nada que nunca existiu.
Sou a mesa enfeitada do aniversário que não aconteceu.
Sou o laço de fita cor de rosa dos cabelos dourados
da menina que não nasceu.
Sou o aborto da mulher virgem e estéril que nunca ovulou.
Sou o vácuo do espaço infinito.
Não represento nem o nada; pois nada sou.
Olham-me, mas não me vêm,
porque sou invisível até p'ra mim mesma.
Se nada hoje sou; um dia fui algo explêndido e,
após transformarem-me em farrapos,
cremaram-me viva.
Só que as cinzas ainda procuro,
pois minha mente insana sobreviveu à escaldante maldade e,
somente ela e eu,
sabemos estarem espalhadas por alguma parte.

E...
hoje,
Se apenas um ar mais forte acontecer;
essas se espalharão pela eternidade,
servindo apenas de mais um componente no cosmo.

Ora!

Então existo!...

Que descoberta!

"Cleir &"

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